Já houve um tempo em que um grande especialista em “processos” definia como as pessoas tinham que trabalhar. Hoje, pelo menos no mundo do trabalho do conhecimento, do trabalho de criação de produtos e serviços, não é mais assim. Um modelo de gestão não é formado pelos gestores, mas pela dinâmica da organização como um todo. A forma com um sistema de trabalho opera ou deve operar é desenhada no dia-a-dia por todos. O papel dos gestores não é mais definir o processo, mas facilitar a dinâmica de construção coletiva do processo.
Apesar do foco do Software Zen ser “gestão”, todas as edições estão repletas de programadores. Como eu falo em muitos dos meus vídeos, os modelos de gestão afetam dramaticamente o seu dia-a-dia.
No programa Software Zen, eles aprendem sobre como os projetos precisam ser estruturados, como a relação com os clientes deve ser conduzida e como o jogo de time deve ser montado para criar um ambiente de trabalho agradável, motivador e produtivo. Mais do que isso, eles entendem que podem se tornar protagonistas na organização do próprio modelo de trabalho nas suas empresas.
Com essas habilidades, um programador consegue contribuir com sua equipe de gestão e colaborar com ela para modelarem juntos o sistema de trabalho. Mais do que isso, ele pode se antecipar e argumentar de forma embasada para evitar a instituição de práticas e processos notadamente danosos ao processo de geração de valor via desenvolvimento de software. Isso porque muitas decisões são tomadas com a intenção de criar um benefício “local” e acabam criando um efeito negativo muito maior no todo.
Por exemplo…
O cliente liga desesperado para o diretor da empresa de software dizendo que precisa muito de algo pra ontem. O diretor liga para o gerente de equipe e pede que dê atenção para aquele cliente, porque ele é muito importante.
— Pare tudo se for necessário!
O gerente reúne a equipe e fala que o projeto atual vai precisar ser interrompido para resolver o que o cliente importante pediu. Os efeitos negativos disso são evidentes. A moral da equipe vai lá embaixo.
É uma história recorrente, não é mesmo?
Aí um dos programadores sugere conversar direto com o cliente para entender o que ele precisa e porquê ele precisa daquilo agora. Depois da conversa, a equipe estuda o problema e consegue sugerir uma solução rápida de contorno que vai dar mais alguns meses pra equipe conseguir terminar o que está fazendo e depois então resolver definitivamente o que o cliente precisa. O desvio de foco “da solução para o problema que precisava ser resolvido” fez toda a diferença.
Nessa história, o programador saiu da postura de “executor de demandas” e assumiu uma postura de “solucionador de problemas”. Ele deixou de ser o cara que reclama das demandas malucas que chegam pra ele todos os dias e passou a proativamente endereçar os problemas que são colocados diante da organização como um todo. Virou protagonista.
Em outras palavras, é possível causar um grande impacto apenas com uma postura diferente.
O Software Zen forma, em seus participantes, o mindset de “solucionador de problemas” no nível da dinâmica organizacional do sistema de trabalho. Entretanto, não chegamos a falar muito sobre o quê deve acontecer, ou que posturas você deve ter para colocar os mesmos conceitos em prática no seu código (apesar de sempre tocarmos nesse assunto nos webinários ao vivo e também de ter rolado uma aula incrível sobre Engenharia Ágil com o Klaus Wuestefeld na última turma).
O fato é que nesse mês de Novembro, o Software Zen não está mais se sentindo sozinho nessa missão de mudar o mindset e a postura das pessoas para os problemas que enfrentamos. O Henrique Bastos está ajudando a preencher esse espaço com maestria. Ele consegue te mostrar como aplicar os mesmos conceitos que vemos no Software Zen no seu código, nas suas práticas de programação.
Ele fala sobre eficácia vs eficiência, sobre ciclos de feedback, sobre foco no problema, sobre colaboração com o cliente, enfim… o que temos aqui no mundo da gestão, ele tem lá no mundo da programação.
Assista o vídeo que ele acabou de publicar e entenda do que estou falando!
Alisson.