Não faz muito tempo eu estava conversando com um amigo que é líder de equipe na área de TI de uma grande empresa. Ele me contou essa história…
Já estava bem no finalzinho do dia quando o telefone tocou. Só de ouvir o telefone tocar, o meu nível de ansiedade já vai para as alturas. O volume do nosso backlog já é tão alto que parece que eu estou devendo tudo pra todos.
Era um cliente. Irritadíssimo porque nos pediu um relatório há quase dois meses e até hoje não tínhamos implementado no sistema.
Dez minutos depois, chega o meu gerente. A ordem é parar tudo pra implementar o relatório. A empresa está sofrendo auditoria e a ausência das informações pode gerar uma grande multa.
Fui olhar o histórico do pedido do tal relatório e percebi que já tinha passado na mão de dois programadores. Quando fui procurá-los, vi que um estava no Facebook e o outro no chat do celular. Será que eles não percebem que a empresa está pegando fogo com tanta demanda?
Conversei com os dois e a justificativa era sempre a mesma:
— Tivemos que interromper o relatório por causa de outras prioridades.
Ironia. Agora vamos interromper seja lá o que vocês estejam fazendo pra apagar o fogo do relatório que vocês não implementaram!
Enfim, levou três dias para o relatório ficar pronto. No último dia, o programador ficou até às 11 da noite
pra cumprir o prazo. Quem era vilão, de repente virou herói.Olhando pra trás eu começo a me perguntar:
— De quem é a culpa? Do cliente que não soube priorizar? Minha que não tratei o risco? Dos desenvolvedores que não se esforçam para entregar mais e mais rápido?
Depois que tudo acabou, fui fazer a conta:
- 47 dias desde que o cliente fez o pedido até receber de volta
- 3 dias para implementar
- 6% de tempo de execução e 94% de espera em uma fila que não tem fim. E o pior, com um desgaste emocional que deixa o nosso ambiente de trabalho extremamente desmotivador.
Tem que ter um jeito de melhorar isso!
Essa história já aconteceu com você? Esse é um cenário incrivelmente comum nas empresas hoje. Mas você consegue enxergar qual é de fato o problema?
Leia a continuação dessa história no post: Como otimizar seu projeto de software