Nessa próxima segunda-feira 01/07, começa o Governança Ágil e um dos problemas que vamos atacar durante o curso é o da burocracia.
O Gustavo Maultasch, nosso instrutor nesse programa, nos dá uma grande aula sobre esse assunto nesse artigo:
O que a série Chernobyl nos ensina sobre burocracia e hierarquia nas organizações
Já na primeira aula do curso, nessa segunda, o Gustavo vai aumentar a sofisticação do seu entendimento sobre a burocracia como elemento ativo de resistência para uma governança ágil.
Veja a ementa para essa parte do curso:
- A escala de trabalho e a especialização. A burocracia formal (Weber) como resposta tradicional. A organização como uma ordem formal.
- A crítica à burocracia. As patologias da burocracia (Merton). A escola de recursos humanos. O problema da racionalidade. Racionalidade funcional e racionalidade substantiva. Guerreiro Ramos e a dominação da racionalidade funcional na sociedade moderna. Weber e os riscos do “iron cage”. O conceito de corrupção institucional. Problema de pareamento meio-fim no WBS. Problema na estrutura de incentivos. Problema na formalização e/ou comunicação. A preservação do caos como elemento de inovação e adaptabilidade da TI. Modelos racionais de decisão. O modelo de “bounded rationality” (Simon). Rápido e devagar (Kahneman) e os vieses. O elefante e o condutor (Haidt). Intuição (Klein). O erro fundamental de atribuição. A organização como uma ordem emergente.
- Comportamento organizacional. Diferenças individuais (self-concept, aprendizagem, “fit”). Motivação. Efetividade de times. Poder e influência (política organizacional).
Voltando ao artigo mencionado acima, vários pontos me chamaram a atenção.
a) Ver a burocracia como o padrão sociológico que usamos para estruturar um modelo de coordenação entre indivíduos dentro de uma organização. Isso me ajudou a vê-la não mais como um avatar da ineficiência organizacional, mas como parte integrante da nossa realidade social, que, como tal, está sujeita a um grande número de patologias como as que vivenciamos diariamente nas organizações.
b) O distanciamento das percepções de desempenho dos objetivos reais da organização. Fazemos o que nossos superiores querem, não o que a organização precisa. Um problema claro do modelo de governança adotado.
c) A ideia de “Incapacidade Treinada” de Veblen é genial! E está no centro da disputa eficiência vs eficácia. Veja como o Gustavo explica isso:
“Incapacidade treinada é um conceito elaborado por Veblen que diz que, ao enfocar demais a execução disciplinada e virtuosa de uma tarefa, o profissional perde a capacidade de analisar um problema a partir de outras perspectivas. É assim que, por exemplo, uma organização pode ser extremamente eficiente na condução de suas atividades mas, ao mesmo tempo, não conseguir alcançar objetivo de negócio nenhum; ou seja, pode-se ter eficiência sem ter eficácia. “
De fato, “a forma burocrática de organização pode trazer uma ilusão de controle e de racionalidade, mas a sua execução prática termina levando a um regime de incentivos perversos e a uma série de ineficiências”, assim conclui o Gustavo.
Cada vez mais me convenço que os problemas ligados à Agilidade nas organizações emergem de estruturas conceituais muito mais profundas do que a simplista explicação de que “a empresa não tem a cultura requerida para a transformação”, e o curso do Gustavo Maultasch vai nos ajudar e muito a olhar mais de perto o que tem nessas profundezas.
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