PSICOLOGIA, FILOSOFIA E NEGÓCIOS
Descubra porque propósito, autorrealização, motivação, interpessoalidade e outras soft skills se tornaram tão essenciais no mundo contemporâneo e como tudo isso está relacionado a sua capacidade de aprender. Veja, por exemplo, como o Airbnb descobriu o seu propósito e porque o resultado foi tão impactante.
Começamos o primeiro episódio da 1a. temporada (T1E01) trabalhando a relação entre o 'ser' e o 'fazer', e sobre como as duas coisas estão interligadas em um projeto de Lifelong Learning. No primeiro, o desafio é descobrir e fazer florescer 'aquilo que somos', enquanto no segundo, 'aquilo que fazemos'.
O problema é o mesmo para indivíduos e organizações. O atendimento a necessidades psicológicas (propósito, motivação, autorrealização, desenvolvimento, socialização, pertencimento, acolhimento e felicidade) se tornou a grande busca não só para as pessoas, mas também para as empresas, que hoje tentam se integrar com colaboradores e clientes de modo mais humano e sensível às questões psicológicas.
Na 1a. temporada do We, nós investigamos o processo que levou o Airbnb a subir na pirâmide de Maslow, definir o seu propósito, reconstruir sua marca e abrir todo um mundo de possibilidades em termos de novos produtos.
ANTROPOLOGIA
A jornada de exploração do aprendizado começa há muitos milhões de anos. Você aprende, essencialmente, porque é um organismo vivo e precisa responder ao ambiente. No segundo episódio exploramos a origem do ser humano sob um ponto de vista antropológico e descobrimos como o aprendizado está muito mais integrado a nossa estrutura orgânica do que imaginamos.
No 2o episódio, estudamos antropologia. Nesse estudo, fomos guiados pelos três capítulos iniciais do livro 'The Birth of Death and Meaning' de Ernerst Becker para entender os aspectos cruciais que nos levaram a nos tornar quem somos.
Ernest Becker nos ajudou a entender como o homo sapiens se torna distintivamente humano, onde pela primeira vez o aprendizado instrumental se torna estratégico e cognitivo. Esse processo nos torna superiores na natureza, mas ele vem com um grande custo. "Parece que há um custo a se pagar por um ganho evolucionário". E o nosso foi trágico:
Primeiro 'mim' depois 'eu', diz Becker:
“Foi o grande Immanuel Kant que nos alertou, quase dois séculos atrás, que há algo muito significante no desenvolvimento humano no fato de que cada criança torna-se consciente de si mesmo primeiro como ‘mim' e só depois como ‘eu’. De lá pra cá, nós conseguimos confirmar que esta ordem é universal: ‘meu’, ‘mim’ e depois ‘eu’. Isso significa, simplesmente, que a criança começa a estabelecer a si mesmo como um objeto de outros antes de se tornar um sujeito executivo. Ela se torna um ponto de referência em relação aos outros antes de se tornar um agente de ação para si mesmo."
As implicações sobre o que nos explica a antropologia não podem ser subestimadas: nascemos e nos desenvolvemos como objetos dos outros. Nossa primeira identidade é um produto social.
Amadurecer nada mais é do que aprender a nos tornarmos indivíduos, aprender a ser quem somos. Está aí o grande desafio do aprendizado adulto.
NEUROCIÊNCIA
O domínio do processo de aprendizado começa em entender quem de fato aprende.
A neurociência nos ajuda a desvendar: o cérebro, a mente, o self e a consciência.
A neurociência e a ciência cognitiva nos trazem informações reveladoras para nos ajudar a entender quem somos. Nesse episódio, fomos atrás de estudos para embasar e solidificar o nosso entendimento sobre a totalidade do 'eu'. Afinal, qual é o papel e como diferenciar cérebro, mente e consciência para que possamos entender como funciona o aparato cognitivo que temos para aprender?
É muito comum a percepção de que tomamos decisões de forma lógica e racional. Avaliamos os prós, os contras, refletimos e decidimos como agir. Será que é isso mesmo? O neurocientista Sam Harris nos ajuda a entender que não é bem assim. Na verdade, somos reféns de forças inconscientes que determinam o que pensamos e como agimos. O impacto disso no nosso processo de aprendizagem para a vida é muito mais significativo do que parece.
Não temos autoria sobre o que pensamos, diz o neurocientista Sam Harris:
“Eu, como testemunha consciente da minha experiência, não inicio eventos na minha mente tanto quanto não o faço para que o meu coração possa bater. Pensamentos como ‘O que eu deveria comprar para minha filha no seu aniversário? Já sei! — vou levá-la em um pet shop e deixar que ela escolha um peixe tropical’ transmitem a aparente realidade das escolhas, feitas de forma livre. Mas em uma perspectiva mais profunda (falando tanto objetivamente quanto subjetivamente), os pensamentos simplesmente chegam sem autoria e mesmo assim definem nossas ações. Você não está no controle da sua mente — porque você, como agente consciente, é apenas parte da sua mente, vivendo sob a piedade das outras partes. Você pode fazer o que você decide fazer — mas você não pode decidir o que você vai decidir fazer."
Como fazer então?
Se a neurociência aponta, de forma definitiva, que não somos agentes iniciadores das nossas próprias decisões, como direcionar a nossa vida sem perdermos o controle, a responsabilidade e o protagonismo que nos leva ao crescimento?
NEUROCIÊNCIA E FILOSOFIA
Há algo a se aprender que importantes pensadores da história humana insistem em revelar como o mais poderoso.
Descubra que aprendizado no quarto episódio da primeira temporada do We.
No livro 'Looking for Spinoza: Joy, Sorrow, and the Feeling Brain", o neurocientista Antonio Damasio nos explica como a filosofia de Spinoza é uma resposta para lidarmos com os achados perturbadores da ciência do cérebro e da cognição. Spinoza, e sua dinâmica dos afetos, não só nos oferece uma resposta, como também nos dá uma bússola que aponta para o mais poderoso dos aprendizados e para uma redefinição de liberdade.
A dinâmica dos afetos proposta por Spinoza é capaz de nos elevar para melhores conhecedores de nós mesmos. Como nos ensina Gilles Deleuze:
"A consciência é naturalmente o lugar de uma ilusão. A sua natureza é tal que ela recolhe os efeitos, mas ignora as causas".
Em outras palavras, vivemos com os efeitos daquilo que nos afeta, ignorando as causas desses afetos. É na busca pelas causas que virá o conhecimento maior, de natureza superior, e que nos levará a uma vida de bons encontros e de ampliação de plenitude.
Nesse episódio, Espinosa nos mostra o caminho para o auto-conhecimento e para o mais poderoso dos aprendizados: aquele que nos leva a nos construirmos como pessoa em sua totalidade orgânica.
TEORIA DO APRENDIZADO
O sucesso na vida dependerá em grande parte da nossa capacidade de aprender com as experiências. Se consciente, será esse tipo de aprendizado que resultará em crescimento pessoal e preenchimento existencial.
* Os episódios T1E05 e T1E06 não foram episódios de conteúdo, mas debates, por isso não aparecem nesse resumo
Nesse episódio, entramos de cabeça na teoria do aprendizado com o filósofo e pesquisador americano Edwad Cell. Seu trabalho de pesquisa nos fornece um modelo espetacular de entendimento do que está envolvido no aprendizado das experiências.
"É o que fazemos com nossa experiência que está no coração do nosso entendimento sobre aprendizado" P. Jarvis
O Edward Cell não só nos ajudou a ampliar nossa capacidade de extrair aprendizado das situações que vivemos no dia-a-dia, como também nos ajudou a definir um novo modo de agir para a mudança que queremos para nossas vidas. Certamente, um ponto alto para a temporada que continuaremos a explorar no episódio seguinte.
"Não há nada automático em se tornar uma pessoa (em se tornar 'alguém'). Nossa existência como pessoas é algo que devemos criar e manter; algumas vezes isso é uma aventura e uma alegria, mas frequentemente é uma luta onde encaramos obstáculos e ameaças.” Edward Cell
TEORIA DO APRENDIZADO, PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL
O aprendizado experiencial ocorre quando a mudança é gerada a partir de uma interação direta com o mundo ou conosco mesmo. O Response Learning resulta em mudança de 'comportamento', o Situation Learning de 'interpretação', o Transsituation Learning de 'autonomia', e o Transcendent Learning de 'criatividade'.
Segundo Edward Cell quando aprendemos, "nos comportamos de forma diferente, respondemos com novas emoções, pensamos de novas maneiras, ou nos tornamos mais conscientes do nosso papel em moldar nossas vidas."
Edward Cell resume bem os 4 tipos de aprendizados: "Nós somos o que fazemos e, dessa forma, é no Response Learning que nos tornamos quem somos. Somos livres quando somos capazes de mudar de forma auto-escolhida, e é em Situation Learning que nós criamos alternativas para escolher dentre elas. Nós aumentamos nossa autonomia quando aprofundamos nosso entendimento do Situation Learning e desenvolvemos suas habilidades. Finalmente, é em Transsituation Learning e Transcendent Learning que ampliamos nossa capacidade de nos levar a vidas auto-escolhidas.
"Cada nível de aprendizado, então, contribui de forma importante para a nossa liberdade. Somos livres apenas se nossos valores são auto-escolhidos, mas essa liberdade será algo pobre se formos ineficazes em realizar esses valores.” Edward Cell
TEORIA DO APRENDIZADO, CIÊNCIA COGNITIVA, NEUROCIÊNCIA
"A nossa eficácia para aprender da experiência depende
não apenas de como nos preparamos e das condições que encontraremos,
mas também em como nós depois refletiremos sobre isso.
Por ‘reflexão’, nós queremos dizer o processo de interpretar nossas experiências." E. Cell
O pensar quase sempre ocorre em relação à experiência. A experiência ocorre no tempo e podemos olhar para ela ou olhando para trás para refletir sobre ela ou olhando para frente planejando o que fazer como resultado delas.
CIÊNCIA COGNITIVA, PSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIA
Nesse episódio, dissecamos o tema criatividade para entendê-la e colocá-la ao nosso alcance.
O pensar criativo desvendado em suas várias facetas. Saiba porque 'pensar fora da caixa' não é só possível, mas também necessários para lidarmos com os problemas mais relevantes.
SOCIOLOGIA
Descubra porque você precisa aprender a trabalhar pra ficar ocioso
Segundo Domenico de Masi: "O trabalho representa mais ou menos a sétima parte da longa vida de um jovem. E todos - a família, a escola, o governo, os mass media - preocupam-se em prepara-lo para uma profissão, mas ninguém se preocupa em prepara-lo para o ócio." Você está preparado para o ócio? Mais do que isso, sabe porque o ócio é, no final das contas, o grande objetivo do trabalho?
PSICOLOGIA HUMANISTA, FENOMENOLOGIA
O que Carl Rogers e a Psicologia Humanista nos ensinam sobre as condições e características de uma relação de ajuda mútua
Carl Rogers nos ensina que toda relação saudável é uma relação onde o desenvolvimento mútuo está no centro do interesse dos envolvidos. E, para participar do desenvolvimento de alguém, você tem que se pôr em seu lugar, fundamentalmente. Você precisa tentar ver o mundo sob a perspectiva da pessoa. E isso significa adotar a realidade que se manifesta pra ela. Para que você desenvolva uma compreensão empática da pessoa com quem você está se relacionando.”
Para Carl Rogers: "o psicoterapeuta, o médico ou o administrador que se mostra caloroso e expressivo, respeitador da própria individualidade e da do outro, que se interessa sem ser possessivo, provavelmente facilita a auto-realização através dessas atitudes". Facilitar a auto-realização do outro é ajudá-la no processo de tornar-se pessoa, e está aí o segredo das relações de ajuda mútua.
"É a necessidade que se faz evidente em toda a vida orgânica e humana - de expandir, estender, tornar-se autônoma, desenvolver, amadurecer - a tendência de expressar e ativar todas as capacidades do organismo, ao ponto em que tal ativação aprimore o organismo ou a pessoa.” Carl Rogers
PSICOLOGIA, HISTÓRIA, SOCIOLOGIA e NEGÓCIOS
Rumo a uma nova biografia
Segundo Erich Fromm: "Ao que tudo indica, ter é uma função normal de nossa vida: a fim de viver nós devemos ter coisas. Numa cultura em que a meta suprema é ter - e ter cada vez mais - e na qual se pode falar de alguém como ‘valendo um milhão de dólares’, como poderá haver alternativa entre ter e ser? Pelo contrário, tem-se a impressão de que a própria essência de ser é ter: de que se alguém nada tem, não é. Contudo, os grandes mestres da vida fizeram da alternativa entre ter e ser a questão central de seus respectivos sistemas"
No mundo moderno, todo o aprendizado se torna biografia, e é nela que reside a força explosiva da vida não vivida. Segundo Peter Alheit: "Todas as experiências que realizamos – tudo que aprendemos deve “passar por dentro de nós” por assim dizer, deve ser integrado com uma lógica interna que só vale para nós."
Não estamos mais construindo currículos, mas biografias. Nesse episódio, entenda o impacto do entendimento do processo de biografização nas decisões existenciais que vão compor a sua história no planeta Terra.